quinta-feira, 4 de maio de 2023

Conto de Natal

 

Tradição Familiar

Era uma vez, em 2022, uma família que era contra o Natal e todo o tipo de festas, pois achava uma perda de tempo.

Essa família era composta por quatro elementos: a mãe, a Rosa, que queria tudo grandioso e chique, o pai, António, que queria tudo preto e branco e também queria um carro preto voador (neste caso, seria ele a inventar o carro), o filho mais novo, Bruno, que não queria ninguém por perto nem queria falar nada, (mesmo que fosse obrigado, ele não falava) e, por fim, a filha mais velha, a Ema, uma menina que também só pensava em preto e branco e para ela tudo era estranho.

Nas noites de véspera de Natal, esta família nunca saía de casa, pois toda a gente saía e nevava (eles odiavam neve). Então, o dia de Natal era passado em casa a ver televisão, pois claro! Mas neste Natal, tudo foi diferente, tudo começou assim:

No dia 20 de dezembro, a avó de Ema e Bruno ligou a avisar que ia passar os dias 24 e 25 de dezembro com eles, pois tinha uma informação para dar, mas a avó exigiu que pelo menos houvesse uma árvore de Natal.

Chegou, finalmente, o dia 24 de dezembro. Quando a avó entrou em casa e viu uma árvore de Natal pequeníssima, disse:

- Eu não aceito esta árvore, é do tamanho de uma formiga, isto não é nenhum Natal!

- Pois não, mamã, mas não te esqueças que nós não festejamos o Natal, nem festas deste tipo; só festejamos o aniversário e já é o suficiente para nós. - disse a Rosa.

- Mas, Rosa, só este Natal! - suplicou a avó.

- Não, mamã, desculpa! - exclamou Rosa.

- Pelo menos tentei, mas adiante… Não quero que ninguém se sinta triste nem com pena, contudo, eu só… tenho um mês de vida! - Disse a avó com um tom de muita tristeza.

A Ema apesar de para ela ser tudo estranho, gostava muito, mas muito da avó, porque ela apoiava-a sempre. Então, para ela a avó era a sua melhor amiga e a sua irmã mais velha. Quando ela ouviu essa notícia, Ema foi a correr para o seu quarto e fechou a porta com muita força.

A avó quando viu o que aconteceu, sentiu-se muito mal, o que fez com que subisse as escadas e fosse falar com a neta. Quando chegou ao quarto de Ema, viu-a deitada na cama a chorar. Então perguntou:

-Porque choras, minha querida?

-Porque eu gosto muito de ti, e tu para mim és alguém muito especial, e quando disseste que só tens um mês de vida, eu senti que ia perder a pessoa mais especial para mim! - exclamou Ema.

-Mas tu não me vais perder, porque eu vou estar sempre no teu coração, porque te amo. - explicou a avó.

-Sim, mas nós nunca passamos nada juntas… - disse Ema.

-Queres saber… Eu era como tu, não gostava de nada e tudo era estranho, até que conheci o teu avô. Vou-te contar toda a história! - insistiu a avó.

-OK! Conta, então, quero saber de tudo! - disse virando-se e parando de choramingar.

-Quando eu tinha mais ou menos a tua idade, eu não sabia o que era o Natal, os meus pais não gostavam de falar nisso. Mas eu saí à rua e conheci o meu novo vizinho, que era muito bonito e sonhador. Ele viu-me e veio falar logo comigo para sermos amigos.Então, quando ele dizia alguma coisa eu só dizia “OK”, ou então abanava a cabeça. Mas, eu fui falando aos poucos com ele, até ele perguntar o que era o Natal para mim e eu disse que não sabia ao certo. O teu avô decidiu então convidar-me para que no dia 24 de dezembro eu fosse à casa dele e eu aceitei. Eu, então, fui, sem dizer nada aos meus pais, porque se eu dissesse eles não me iam deixar ir. Quando cheguei a casa dele, os pais dele foram muito simpáticos comigo e explicaram que o NATAL NÃO É DAR PRESENTES, MAS SIM MOSTRAR O AMOR PELA FAMÍLIA. Quando ouvi isso fui para casa e fiz a árvore de Natal que está no sótão, fi-la durante a noite, aproveitei e mudei a cor da sala para uma cor mais alegre e não preto. Os meus pais acordaram e entraram em pânico, quando viram aquilo. Mas eu expliquei que era o Natal e eles aí compreenderam e fizeram a partir daí o Natal.

_Depois, eu casei-me com o teu avô, tive a tua mãe e… - contou a avó, mas Ema já tinha quase adormecido. A avó viu e foi dormir.

Quando Ema viu que a avó tinha saído, ela pensou na história da avó e então, decidiu descer as escadas, ir ao sótão buscar a árvore de Natal grande da sua avó e montá-la na sala gigante. Aproveitou e pintou a sala de amarelo…

Na manhã seguinte, quando foram à sala e viram a árvore de Natal, entraram todos em pânico, menos a avó e Ema. Ema disse:

-O NATAL NÃO SÃO PRESENTES, MAS SIM O AMOR PELA FAMÍLIA.

A mãe Rosa pensou naquilo e lembrou-se que a sua mãe já lhe tinha dito aquelas palavras maravilhosas, por isso, levantou a cabeça e disse:

-Concordo! Vamos, a partir de agora, festejar os Natais em memória da minha mãe.

Bruno e António ao ouvirem as palavras da mãe disseram logo que concordavam. A avó de Ema deu-lhe um sorriso muito grande, pois ela estava a criar uma tradição familiar. A partir desse ano, esta família criou os seus sonhos, concretizaram-se alguns e as cores já não eram preto e branco, mas sim com todo o tipo de cores.

Moral da história “ O NATAL NÃO SÃO PRESENTES, MAS SIM O AMOR PELA FAMÍLIA.”

Vitória Gomes, 8ºA, Nº20

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