“Uma peça de Natal”
Numa vila muito distante, existiam dois
irmãos gémeos, Melina e António. Eles nunca se deram bem. Odiavam o facto de as
pessoas dizerem que eles eram muito parecidos, de terem de partilhar tudo, de andarem
na mesma escola e de, algumas vezes, se vestirem de igual, pois, lá no fundo,
eles tinham as suas diferenças. Melina era uma rapariga que se dedicava
bastante à escola e ajudava bastante as outras pessoas, como por exemplo, a
fazer voluntariado. Já António era um rapaz muito fechado, que nunca saía de
casa ou demonstrava sentimentos, apenas a inveja. António morria de inveja da
irmã e dos sucessos que ela alcançava.
Faltava uma semana para o Natal e Melina
já espalhava os papéis de inscrição para a peça de Natal da escola, chamada
“Claus”, que consistia numa peça sobre o irmão do Pai Natal. António viu
naquela peça a oportunidade perfeita para humilhar a sua irmã, visto que ela
era a organizadora e iria participar no teatro.
No mesmo dia, António encontrou-se com
Gregório, o seu único amigo, para lhe explicar o plano com o objetivo de
arruinar a peça da irmã. Eles conheceram-se na primária e desde então eram os
melhores amigos. O plano consistia em deitar um balde de tinta azul para cima
de Melina quando ela atuasse. António ficou encarregue de arranjar a tinta e
Gregório de despejá-la em cima da sua irmã.
Passou a semana e, finalmente, tinha
chegado o dia da peça. Estava tudo preparado quando, inesperadamente, Melina
foi ter com o seu irmão, que estava numa sala, e entregou-lhe uma prenda. Era
uma caixa com algumas fotos deles juntos e uma frase: “Lá no fundo, até gosto
de ti”. António ficou surpreso a olhar para a prenda e Melina riu-se. Naquele
momento, o rapaz repensou todos os momentos que tinha passado com a sua irmã e
se realmente valia a pena odiá-la.
“Tenho de ir. A peça vai começar!” -
disse Melina.
Após Melina ter saído da sala de aula,
António foi a correr à procura de Gregório, mas já era tarde de mais. A peça já
tinha começado e Gregório já se encontrava na estrutura de armação para a
iluminação do palco. António sentou-se na plateia.
A peça foi decorrendo e quando chegou o
momento de Melina atuar, António levantou-se, dirigindo-se ao palco, e empurrou
a sua irmã, levando ele com o balde de tinta azul na cabeça. A tinta ia
escorrendo pelo corpo dele, manchando a camisola branca e as calças de ganga
que António usava. Estava toda a gente espantada.
“Porque é que fizeste isso?”- Perguntou
Melina preocupada.
“Desculpa por ter arruinado a tua peça,
Melina. Eu sentia-me invejoso e chateado por tu teres mais sucesso do que eu,
então inventei este plano estúpido com o Gregório…”
Melina cortou as palavras do irmão
dando-lhe um abraço.
“Adoro-te” - Afirmou António.
“Também te adoro.” – Respondeu Melina.
“ Deixaste-me toda azul.” – Disse
Melina.
A plateia levantou-se e aplaudiu e alguns até achavam que a discussão entre os irmãos fazia parte da peça.
Trabalho realizado por: Catarina Amorim/ Nº4/ 8ºA
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