quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Conto de Natal, vencedor da primeiro prémio no Concurso promovido pelo Clube de Leitura.


O Natal arruinado

A história que vos vou contar é sobre dois rapazes que destruíram o Natal e toda a felicidade desse dia. Nelson era o nome de um deles, o outro chamava-se Ricardo Coelho, mais conhecido por Coelho. Eram dois rapazes de 14 anos, normais, até chegar o tempo de Natal.
Era o dia 15 de Dezembro, o primeiro dia de férias de Natal, quando o Nelson ouve o telefone a tocar, era o Coelho a telefonar.
- Nelson, anda ter ao centro da cidade! Está aqui o Pai Natal!
- A sério? Já estou a ir!
Ao chegar ao local indicado, encontra o Coelho e ficam a conversar.
- Então, esse é que é o teu Pai Natal? É apenas um balão!
- Um balão? Pensava que era o Pai Natal! Mas afinal era apenas o seu desenho num… balão!
- É um balão a fazer propaganda da bebida Kriks! Já agora… podemos ir experimentar isso!
Os dois correram até um mercado próximo do local e compraram duas garrafas de Kriks.
Nelson bebe metade e cospe o que bebeu.
- Isso é uma porcaria!
- Concordo! Também não gostei dessa bebida!
- Aposto que ninguém aqui desta cidade vai querer saber dessa bebida!
Mas Nelson estava errado, mal ele sabia que Kriks se tornaria a bebida mais consumida da cidade.
No dia seguinte, Nelson e Coelho notaram que quase todas as pessoas na rua estavam a beber ou a preparar-se para beber Kriks, facto que os deixou bastante surpresos.
- Não achas que há algo de estranho a acontecer na nossa cidade? Essa bebida horrível ficou muito popular! – disse o Coelho ao Nelson.
- Acho que sei o que se está a passar! A empresa que criou essa bebida colocou algum tipo de medicamento na bebida para as pessoas ficarem dependentes, e usam-na para controlar as nossas mentes, para gastarmos todo o dinheiro que temos em alguma loja da mesma empresa! – afirmou Nelson.
- Bom, é só nós não a consumirmos que não há mal nenhum. – disse Coelho
- É, tens razão, agora, vamos apenas pensar no que vamos receber no Natal! Eu vou pedir um computador novo, e tu?
- Eu estou a pensar em pedir um telemóvel novo.
Passado alguns dias, já era véspera de Natal, quando Nelson e Coelho receberam uma terrível notícia.
- Coelho! É horrível! Já não vou receber uma prenda de Natal! Apenas vou receber uns acessórios de Kriks!
- Comigo aconteceu a mesma coisa!
- Já não vou ter o meu computador novo! – grita Nelson.
- Já não vou ter o meu telemóvel novo! – grita Coelho.
Nelson e Coelho andaram pela cidade e só pararam em frente ao balão do Pai Natal.
- Tudo isso aconteceu por culpa dessa bebida! – disse Nelson. Apanhou uma pedra do chão e atirou contra o balão.
Ao aperceberem-se de que não tinha surtido qualquer efeito no balão, Nelson e Coelho começaram a apanhar pedras e atirar contra o balão até explodir.
- Isso é para aprenderem! – disse Nelson.
E foi aí que Nelson e o Coelho acabaram por destruir o Natal. O balão bateu contra um poste de electricidade, que bateu contra outro, fazendo com que todos explodissem. Casas foram destruídas, ruas impedidas, a cidade toda ficou sem electricidade, enfim, toda a cidade ficou destruída.
- Nelson, porque é que aquelas pessoas estão a olhar para nós com um ar pouco amigável?
- Não sei, mas acho melhor fugirmos!
Nelson e Coelho fugiam até despistarem as pessoas.
- Parece que arruinamos o Natal… Mas tudo isso foi culpa da Kriks! Não é justo! – Diz Nelson.
- Vamos salvar o Natal e destruir a Kriks! E só há uma pessoa no mundo capaz de nos ajudar com um problema desses! E aposto que sabes quem é! – Diz Coelho
- O Pai Natal! – Responde Nelson!
- Claro! Agora, como fazemos para encontrá-lo? Ele mora no Pólo Norte!
- Vamos de trenó!
- E aonde vamos arranjar um com renas e tudo?
- Coelho, Coelho, parece que nunca aprendes… É só encomendar um no eBay!
- Mas não temos electricidade e nem tempo para ir ao computador!
- Mas eu conheço um tipo e tenho aqui o meu telemóvel.
Uma hora depois, Nelson e Coelho entram no trenó no lugar indicado.
Após algum tempo a voar, chegam ao Pólo Norte.
- Estamos perto da casa do Pai Natal! – Diz Nelson.
- Como é que sabes isso? – Diz Coelho.
- Está assinalado aqui no mapa!
- E onde arranjastes esse mapa?
- Veio nos meus cereais do pequeno-almoço!
Ao longe já se podia ver uma enorme mansão no meio da neve.
- Deve ser ali a casa do Pai Natal! – Aponta Coelho.
- Vamos aterrar! – Diz Nelson.
Os dois saem do trenó e vão até à entrada da mansão do Pai Natal.
Chegando lá, batem à porta, mas ninguém respondeu. Então, Nelson e Coelho decidem entrar pela janela.
Dentro da mansão do Pai Natal, encontram apenas uma sala vazia, duas portas, e na porta da direita estava uma placa escrito “Top Secret”.
- Acho que já sabes em qual devemos entrar. – Diz Nelson.
Passados dois segundos, sai um homenzinho baixo e verde pela porta onde estava escrito “Top Secret”.
- Bem me parecia que alguém tinha batido à porta! – Exclama o homenzinho. – Eu sou um Duende do Pai Natal, podem chamar-me de Edneud!
- Edneud não é Duende ao contrário? – Sussurra Nelson a Coelho.
- Eu ouvi o que disseste! – Grita Edneud – Agora vou levar-vos até o Pai Natal.
Os dois seguem Edneud pela outra porta.
Nelson e Coelho observam que a sala parecia o interior de uma fábrica, uma fábrica de brinquedos feitos por magia.
- Ali está o Pai Natal – Diz Edneud, enquanto aponta para um homem vestido de vermelho.
- Este não é o Pai Natal! – Grita Coelho – O Pai Natal é bem mais velho, mais gordo. E tem uma cara simpática! Esse é magro, aparenta ter no máximo 38 anos e tem uma cara que mais parece a de um macaco!
- Claro que é o Pai Natal – Diz Edneud – E não vais sair daqui enquanto não admitires isso!
- Eu exijo o verdadeiro Pai Natal! – Grita Coelho enquanto corre de volta para a porta que entrou.
Nelson apenas segue Coelho, que por sua vez, é seguido por Edneud.
- Aposto que o verdadeiro Pai Natal está atrás dessa porta! – Diz Coelho a apontar para a porta da direita.
Os dois entram pela porta e trancam-na por dentro.
Atrás da porta apenas estava uma sala vazia, com um velho a dormir numa cadeira no centro.
Nelson acorda o velho e os dois reparam que era o verdadeiro Pai Natal.
- Pai Natal! O que faz aqui enquanto um falso Pai Natal está no seu lugar? – Pergunta Coelho.
- Ele não é o falso Pai Natal, afinal eu que sou um falso… Eu apenas fazia as coisas com grande esforço com a minha magia, mas apenas um reduzido número de crianças recebiam prendas de Natal. Então, chegou esse novo Pai Natal e triplicou o número de crianças felizes com prendas, eu apenas estou aqui para gerar magia suficiente para a fábrica funcionar. O outro Pai Natal é que trata de tudo o resto.
- Mas de onde apareceu esse novo Pai Natal? – Pergunta Nelson.
- Parece que ele trabalha numa empresa chamada Kriks ou algum nome parecido. – Responde o Pai Natal.
- Então foi isso, esse novo Pai Natal está a hipnotizar todos com a magia do verdadeiro Pai Natal! – Diz Nelson.
- Os dois explicam ao Pai Natal a história toda, e que também precisavam de ajuda.
- Então preciso sair daqui e livrar-me desse falso Pai Natal! – Diz o verdadeiro Pai Natal.
Quando saem pela porta, reparam que o falso Pai Natal e Edneud já tinham fugido.
- Depois eu cuido deles, agora vamos salvar o Natal na vossa cidade! – Diz o Pai Natal.
- O nosso trenó foi roubado! – Exclama Coelho.
- Então vamos usar o meu! – Diz o Pai Natal – É mais rápido do que qualquer outro trenó no mundo a voar.
Chegando na cidade, o Pai Natal usa sua magia para pôr tudo como estava antes, e com mais espírito de Natal.
- Mas todas as pessoas ainda nos odeiam! – Diz Coelho.
Em pouco tempo, o lugar encheu-se de gente à volta de Nelson e Coelho.
- Estamos feitos! – Diz Coelho.
- Olha para o céu! Uma estrela cadente! Rápido, pede um desejo! – Diz Nelson
- Desejo que todas as pessoas esqueçam o incidente e que a empresa Kriks vá à falência!
Os dois abrem os olhos e reparam que a estrela cadente era apenas o Pai Natal a voar no seu trenó, mas momentos depois, observam que as pessoas já não têm um ar zangado, e que apenas se aproximam para dar presentes e desejar Feliz Natal, pois já tinha passado da meia noite.
E foi assim, que após destruir o Natal, dois rapazes perfeitamente normais, acabam de salvar o Natal das garras da Empresa Kriks, com a ajuda do importantíssimo Pai Natal. Então podemos dizer que essa foi a história de um Natal Feliz.
Feliz Natal!


Escrito por: Nelson Felipe Pereira Morais

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