segunda-feira, 8 de janeiro de 2024

TRADIÇÕES E COSTUMES DOS NOSSOS AVÓS Festividades religiosas e pagãs

 

TRADIÇÕES E COSTUMES DOS NOSSOS AVÓS

Festividades religiosas e pagãs

Natal

                             
Entrevista

Entrevistador: Miguel Fontes; 10 anos; Santa Maria da Feira (5ºI)

Entrevistada: Maria Alice Fontes, 73 anos, Sanguedo

 

Entrevistador: Avó, podia contar-me por favor, como comemorava o Natal na sua juventude?

Entrevistada: Querido neto, o Natal na minha juventude começava no dia 24 de dezembro, à meia-noite, com toda a família a participar na Missa do Galo, na igreja da terra. No meu tempo o Sr. Padre dava o Menino Jesus a beijar, sim, porque para nós católicos é esse o significado do Natal: o nascimento de Jesus. Eu fazia o presépio e não a árvore de Natal. Quem trazia os presentes (uma peça de roupa ou um chocolatinho) era o Menino Jesus, que os deixava sempre num sapatinho, que colocávamos junto ao presépio ou na chaminé. Não sei se sabes, mas em algumas freguesias do concelho de Santa Maria da Feira, a consoada faz-se na noite do dia 25 de dezembro e não no dia 24, e muitas famílias ainda hoje mantêm essa tradição. Isto, porque muitas pessoas trabalhavam fora da terra e só depois, no dia 25, à noite, podiam fazer a ceia. Nesta, não podia faltar o bacalhau cozido com batatas e couve portuguesa (penca), ao qual aqui chamamos “caldeirada”. Como sobremesa, tínhamos rabanadas, aletria, leite-creme…  Não tínhamos muitos presentes, mas éramos muito gratos por ter saúde e a família toda reunida, a rir, a cantar e a brincar, madrugada fora.

No dia seguinte, voltávamos a estar juntos ao almoço, para comer o “farrapo velho”, que era o resto da caldeirada, aquecida.

Tenho muitas, muitas saudades desses tempos!

Entrevistador: Muito obrigado, avó, pela tua colaboração na realização desta entrevista, onde aprendi mais sobre as tradições e costumes do Natal da tua infância e da tua região.

Entrevistada: Obrigada, meu neto, por me fazeres recordar o Natal da minha infância.

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