Diário de escritas
A equipa da Biblioteca pretende desenvolver um
projeto de escrita de textos de diversas tipologias e com diferentes objetivos
comunicativos e conta em colaboração dos professores de Português.
Apresentamos um conjunto de textos que nos foram enviados por alguns dos
nossos pequenos escritores: retratos, textos de opinião, recriação de histórias
lidas… Ficamos à espera de mais!
“Somos todos escritores, só que alguns escrevem e
outros não”. José Saramago
Atreve-te e lança-te à escrita!
O diálogo com as fadas
Numa bela tarde de inverno,
deparei-me com três fadas conhecidas do reino, na rua Mágica, nº40.
- Olá, tudo bem? - perguntei-lhes.
- Sim -- responderam elas.
- Gostaria de saber quem foi a
fada que colocou ao príncipe um par de orelhas de burro?--interroguei-as.
- Fui eu e com muito gosto!-- respondeu-me
uma das fadas.
Indignada, olhei para ela com um
ar de desprezo e ela retribuiu-o. As outras fadas pediram imensa desculpa pelo
comportamento dela.
Não liguei muito ao que a fada disse, pois o príncipe já tinha voltado
ao normal. Caminhei mais um pouco e encontrei o barbeiro do príncipe e
perguntei-lhe o motivo de ter gritado para um buraco «O príncipe tem orelhas de
burro!». Ele respondeu-me que tinha a mente bastante pesada e confusa por
guardar aquele tão grande segredo.
Perdoei-o e cheguei à conclusão
que as pessoas não são todas iguais e que temos de ser tolerantes e respeitar
as diferenças.
Ariana,
5º B
O MELHOR E O PIOR DIA DA MINHA VIDA
Certo dia, estava eu a
passear pela floresta, pois queria escrever uma história e achei que seria um
bom sítio para me inspirar. Sentei-me num tronco, que não era assim tão duro,
mais parecia uma almofada. De repente, desvio o olhar, e qual foi o meu espanto
ao ver três maravilhosas fadinhas. Aproximei-me delas muito sorrateira para ver
o que andavam a fazer.
Elas pareciam estar numa
plena discussão, não se calavam e de tão concentradas que estavam, nem deram por
mim, que estava quase em cima delas. A do meio olhou para cima e quase teve um
ataque cardíaco ao ver-me ali a olhar para elas como se fossem seres
irracionais. Neste caso são, mas continuando a história, as outras duas fadas
foram chamadas à atenção pela do meio que continuou a olhar para mim com cara
de caso. Ao verem-me, uma começou a chorar, lá sei eu porquê, e a outra
perguntou-me:
- Queres que
te realizemos um desejo?
Antes de eu poder
responder, as outras duas fizeram um coro dizendo: “Claro que quer, toda a
gente quer, para além disso, ela viu-nos, por isso merece um”. A outra voltou a
fazer-me a mesma pergunta e depois acrescentou:
- Sim ou não?
- Quero! - disse eu entusiasmada.
E ela questionou:
- Qual vai
ser?
Eu respondi alegremente:
- Quero que
me deem inspiração para a história que quero escrever!
A fadinha azul, a que
estava no meio, disse-me o seguinte:
“Não precisas que te
demos inspiração, porque tu és a inspiração!!!”
Carolina Neves, 5º A
Encontro com fadas
Num lindo dia de inverno, estava a
passear à beira mar, em Esmoriz, quando encontrei as três fadas do conto: ”O
Príncipe com Orelhas de Burro” Surpreendida, disse-lhes:
-Muito bom dia, senhoras fadas!
-Um muito bom dia para ti também!
-disseram elas em coro. Qual é o teu nome?
-O meu nome é Inês! - respondi eu
entusiasmada.
-Nós gostamos muito desse nome, Inês! Os
nossos nomes são: Matilde, Gabriela e Beatriz!
-Eu também gosto muito desses nomes! –
exclamei suspirando.
-Inês, por que razão suspiras?
- Estive a correr e fiquei muito cansada.
-Ahh! -exclamaram elas.
-Olha, nós viemos aqui, pois és uma
pessoa muito especial e, por isso, podes pedir um desejo.
Eu, sem palavras, retorqui:
-O meu único desejo não é apenas para
mim! Desejo paz para todos. Eu tenho muita pena daquelas pessoas que têm fome e
vivem em miseráveis condições por causas da guerra.
-O teu desejo é muito sensato! Continua
assim! Isso faz diferença… agora nós temos de ir.
- Adeus, fadinhas! Obrigada.
Satisfeita, terminei esta pequena
aventura com as três fadas do conto ''O Príncipe com Orelhas de Burro''.
Lucas, 5º A
“Fadas boas e fadas más”
No livro “A fada Oriana”, as fadas boas
servem para ajudar as pessoas e a as fadas más servem para fazer coisas que não
são muito agradáveis.
Se fosse possível trazer
as fadas boas e as fadas más para a realidade, as fadas boas da minha vida
seriam a minha mãe e a minha melhor amiga. Até este momento da minha vida ainda
não me cruzei com fadas más, mas penso que no futuro, quando me cruzar com
fadas más, terei a paciência e serei forte para não cair nos seus feitiços.
As fadas tanto podem aparecer nas histórias como sendo do sexo feminino
ou do sexo masculino, no entanto, usa-se sempre o termo “Fada”. Dependendo da
obra em que aparece, a fada pode ser retratada como uma mulher normal ou
diminuta. No primeiro caso, temos a fada de Cinderela. Como exemplo da segunda representação podemos citar
"Sininho", do clássico infantil "Peter Pan", de J. M. Barrie.
Há pessoas que dizem que as fadas são o
feminino de elfos, mas Não São! As fadas são bastante diferentes dos
elfos. Por exemplo: os elfos não usam varinha mágica e as fadas usam. Os elfos
simbolizam o ar a terra, o fogo e a água.
Eu concordo que existam fadas más e fadas
boas, tal como é mencionado no livro “A fada Oriana”, embora apenas existam na
ficção. Se existissem fadas e elfos a nossa vida seria muito boa!!!
Francisca
Alegria 5º E
O Menino da Floresta
Era uma
vez uma casa castanha na árvore, tinha uma porta, duas janelas e uma varanda de
madeira pintada de verde. Em volta da árvore havia muitos animais e um riacho
onde viviam peixes e rãs que se davam muito bem.
Nessa casa
morava um rapazito que passava os dias a brincar na floresta. Era muito grande e
bonita como o céu azul, com as nuvens fofinhas como o algodão doce.
Durante a
primavera, as árvores enchiam-se de folhas e protegiam os animais da floresta
do sol quente e brilhante.
Nesta
floresta viam-se animais, árvores, arbustos, rochas e estátuas deixadas pelos
antepassados. As árvores eram altíssimas, de diferentes feitios e várias
tonalidades de verde.
O rapaz da
casa da árvore gostava das árvores, dos animais, dos riachos, das flores, mas o
que ele mais gostava era das estátuas espalhadas pelo verde da floresta. No
entanto, o rapaz não sabia que estátuas eram essas, porque nunca tinha tido a
coragem de se aproximar delas.
Certo dia,
para aproveitar o sol maravilhoso, o rapaz encheu-se de coragem e foi descobrir
de onde vinham as estátuas que tanto o intrigavam. Saiu de casa e partiu à
aventura pelo trilho acastanhado da floresta, que era muito longo, muito bonito
e que terminava nas estátuas misteriosas…
Quando
finalmente se aproximou de uma das estátuas, apercebeu-se que afinal a estátua
era apenas uma espécie de cilindro, feito em pedra e com algumas letras pouco
percetíveis. Próximo dessa pedra, encontrou uma placa informativa…
Afinal, as
suas estátuas misteriosas eram “Marcos miliários”, os quais marcavam as vias romanas ao longo das quais eram colocados,
indicando as milhas, isto é, os mil passos que os separavam entre si (cada
milha corresponde a cerca de 1480 metros).
Estes marcos existem na
Serra do Gerês e são conhecidos como Marcos miliários da Geira Romana.
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Texto adaptado de “A menina do mar” de Sophia
de Mello Breyner Andresen
5ºF, Angel, Ângelo, Ivan
Informações obtidas em: https://www.museudelisboa.pt/pt/colecoes/arqueologia/marco-miliario
O
meu amigo príncipe
Era
um dia muito bonito e eu estava a ajudar a arrumar o palácio, quando lá
apareceram três fadas brilhantes. O rei chamou-me a mim e a todos os que
estavam comigo, e quando fomos ter ao quarto do rei, vi três fadas a fadarem o novo menino que se
tornaria rei.
Vendo
isto, fiquei imensamente surpreendida, por isso, depois de o fadarem, eu fui
ter com elas e disse-lhes um pouco envergonhada:
-Queridas
fadas, eu queria pedir-vos um desejo: gostaria de ser amiga do novo rei.
Seguidamente,
elas pediram-me para que eu me inclinasse, o que eu fiz, imediatamente, e estas
exclamaram:
-Nós
te fadamos para que tu sejas a melhor amiga do rei!
Assim
que acabaram, agradeci-lhes e despedi-me.
Tempos
depois, o príncipe foi a minha casa e disse-me:
-A
partir de hoje serás a minha melhor amiga!
O meu desejo
concretizou-se e, durante a minha vida toda, eu e o príncipe fomos grandes
amigos.
Maria
Rita, 5º B
Verdade,
verdadinha
Um dia, caiu uma pena de uma
galinha e ela exclamou:
-Eu acho que
ficava mais bonita sem penas.
A galinha mais
velha ouviu-a e foi contar ao cão:
-Ó senhor cão,
sabia que uma das galinhas do meu galinheiro arrancou as suas penas?
-A sério? – perguntou
o cão.
-Verdade, verdadinha
! – respondeu a galinha.
A história passou
por todos os animais:
-Sabias que duas
galinhas arrancaram as suas penas?
-Sabias que três
galinhas arrancaram as suas penas para impressionar o galo?
-Sabias que três
galinhas arrancaram as suas penas para impressionar o galo e morreram de frio?
De tanto passar a
história o galo escutou-a e contou à galinha a quem tinha caído uma pena:
-Sabias que cinco
galinhas arrancaram as suas penas para impressionar o galo e depois bicaram-se
até morrer de frio?
-A sério? –
perguntou a galinha.
-Verdade,
verdadinha!
Moral da história: ouve
bem a história e não acrescentes pormenores.
Sofia
Moreira, nº 27,5ºE