quinta-feira, 4 de maio de 2023

Conto de Natal


“Uma peça de Natal”

Numa vila muito distante, existiam dois irmãos gémeos, Melina e António. Eles nunca se deram bem. Odiavam o facto de as pessoas dizerem que eles eram muito parecidos, de terem de partilhar tudo, de andarem na mesma escola e de, algumas vezes, se vestirem de igual, pois, lá no fundo, eles tinham as suas diferenças. Melina era uma rapariga que se dedicava bastante à escola e ajudava bastante as outras pessoas, como por exemplo, a fazer voluntariado. Já António era um rapaz muito fechado, que nunca saía de casa ou demonstrava sentimentos, apenas a inveja. António morria de inveja da irmã e dos sucessos que ela alcançava.

Faltava uma semana para o Natal e Melina já espalhava os papéis de inscrição para a peça de Natal da escola, chamada “Claus”, que consistia numa peça sobre o irmão do Pai Natal. António viu naquela peça a oportunidade perfeita para humilhar a sua irmã, visto que ela era a organizadora e iria participar no teatro.

No mesmo dia, António encontrou-se com Gregório, o seu único amigo, para lhe explicar o plano com o objetivo de arruinar a peça da irmã. Eles conheceram-se na primária e desde então eram os melhores amigos. O plano consistia em deitar um balde de tinta azul para cima de Melina quando ela atuasse. António ficou encarregue de arranjar a tinta e Gregório de despejá-la em cima da sua irmã.

Passou a semana e, finalmente, tinha chegado o dia da peça. Estava tudo preparado quando, inesperadamente, Melina foi ter com o seu irmão, que estava numa sala, e entregou-lhe uma prenda. Era uma caixa com algumas fotos deles juntos e uma frase: “Lá no fundo, até gosto de ti”. António ficou surpreso a olhar para a prenda e Melina riu-se. Naquele momento, o rapaz repensou todos os momentos que tinha passado com a sua irmã e se realmente valia a pena odiá-la.

“Tenho de ir. A peça vai começar!” - disse Melina.

Após Melina ter saído da sala de aula, António foi a correr à procura de Gregório, mas já era tarde de mais. A peça já tinha começado e Gregório já se encontrava na estrutura de armação para a iluminação do palco. António sentou-se na plateia.

A peça foi decorrendo e quando chegou o momento de Melina atuar, António levantou-se, dirigindo-se ao palco, e empurrou a sua irmã, levando ele com o balde de tinta azul na cabeça. A tinta ia escorrendo pelo corpo dele, manchando a camisola branca e as calças de ganga que António usava. Estava toda a gente espantada.

“Porque é que fizeste isso?”- Perguntou Melina preocupada.

“Desculpa por ter arruinado a tua peça, Melina. Eu sentia-me invejoso e chateado por tu teres mais sucesso do que eu, então inventei este plano estúpido com o Gregório…”

Melina cortou as palavras do irmão dando-lhe um abraço.

“Adoro-te” - Afirmou António.

“Também te adoro.” – Respondeu Melina.

“ Deixaste-me toda azul.” – Disse Melina.

A plateia levantou-se e aplaudiu e alguns até achavam que a discussão entre os irmãos fazia parte da peça.

Trabalho realizado por: Catarina Amorim/ Nº4/ 8ºA

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